terça-feira, 1 de junho de 2010

Para refletir

Começando mais uma semana... mas preciso desabafar para ter forças e continuar como muitos de nós na batalha do dia a dia. Semana passada foi atordoada, com muitos pedidos de ajuda sem condições mais sempre o coração falando alto e eu não conseguindo deixar passar.

No sábado (meu marido me disse: hoje nada de peludo, vamos ao Shopping Total) pensei opsss.. (rsss nem sempre vem convite), então fomos ao shopping, um bom programa para um dia nublado.

Na volta teria peludo pois iria buscar na clínica a mãezinha de Canoas que foi adotada para entregar e ver a Preta da PUCRS.

Andando pela Farrapos avistei de longe na calçada uma coisa toda enroscada e sangrando .. quando passamos na frente pensei "não pode ser!" Comecei a chorar e disse por meu marido "volta!", e neste momento vinha na calçada na tentativa de atravessar a Farrapos um cão que um dia foi marrom, pouco pelo que tinha era quase só o couro, sangrava pelo ânus, os olhos não se abriam de tanta secreção.

Coloquei ele no carro e disse "vamos embora, chega desta vida de sofrimento de agora em diante tu vai saber o que é o amor e carinho". Levei ele para Canoas com a vet Patricia, mas sabia que o estado era grave pois ele sangrava muito (o tumor aparentemente deveria ter estourado).

Chegamos na clínica e ele foi direto para internação. Era um senhor de olhos caidos, dois dentes na boca, por quanto tempo vagou naquele estado? Ninguém nunca o enxergou? Um mísero pote de água? Quem sabe algumas migalhas de comida?

Isso dói na alma e machuca o coração (ele estava andando entre a Farrapos e a Hoffmann e um travesti que estava ali no momento me disse que ele estava por ali há umas duas semanas).

Ele não resistiu e virou estrelinha no sábado a noite.
Desculpa pelo desabafo.

Beijos,
Barbara Colombo


Nota da Marcela: Pelo menos os últimos momentos da vidinha dele foram marcados por um ato de amor da Barbara, do marido e da vet Patricia.

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